
Altemar Lima é Licenciado em Letras, Especialista em Gestão Escolar; Especialista em Supervisão Escolar; Pós graduado em Filosofia; Mestre em Educação pela UFMA; doutorando em Educação pela Universidade Lusófona de Lisboa; embaixador do Instituto Galileu Galilei; membro do Centro Integrado de Desenvolvimento da Educação – CeiD de Lisboa; professor convidado do Instituto Lusófono de Educação; ocupa a Cadeira 23, da Academia Arariense e Vitoriense de Letras. É poeta, escritor e compositor, e dentre as suas composições destaca-se a música “Louvação a Alto Alegre do Pindaré”, que escreveu em parceria com Jajá Ayres, para celebrar a sua querida cidade, soando como um hino àquela que considera ser sua terra natal. É autor das obras: Carnaval dos Mortos; Cantos de um Amor Imperfeito; Monumento ao Desejo; A Explicação da Repetência e da Evasão Pelas Vítimas do Fracasso Escolas; e Ensaios para a Madrugada. Foi saudado pelo poeta Nauro Machado, como “poeta camponês do mundo”, posicionando-se, no cenário maranhense como incentivador da cultura e das letras.
POEMAS
Ausência
A tua ausência tanto
quanto a saudade
tem a forma da distância.
A hora que nos separa
como arpejos me endoidece.
A hora é fera
mesma fera
da espera
que nos separa.
Às vezes ouço
uma orquestra
solta no espaço.
E sei tuas mãos
esculpindo as minhas
no ato de recriar a vida!
O rio
A lembrança
navega o rio
com sotaques de luar.
Em estranha sinfonia,
O rio ruma
Para o norte
E se põe a murmurar…
O rio é a veia,
É a vida
Da minha aldeia…
Que no sul
Persegue a vida,
Que no norte encontra a morte.
Mas, lá no oceano distante,
No meio do universo,
Há pitadas de doçura
Do rio que eu conheço.
– O que disse o rio?
Agora ouço de perto,
As mãos em concha a ouvir
Um grito que vem do fundo:
– Sou o rio que passa!
– E você, quem é?
Encantaria
navega
noite
nave
ingente
perto
porto
incerto
silêncio
espanto
Alcântara escorre
sangue nos tímpanos
negro atravessa o portal da praça
um grito espeta a cara da hora suspensa a história geme
Desejando Mar
sei que ando por aí
dizendo coisas sem sentido
elo partido
tentando se encontrar
pássaro pintado
na paisagem
querendo voar
alaúde que alude
um leão faminto
que ruge no peito
desmedido
e penso
no tempo perdido
em tudo que poderia ser
e não pude
e insisto mesmo assim
em infinitos rudes
no diamante
que sonhei um dia ter e não tive
no sol que se escondeu
no horizonte sem marquise
no amor que acabou
e ainda insiste
ando por aí a procurar
dizendo coisas sem sentido
elo partido
barco pintado na paisagem
desejando mar.
[Altemar Lima]


Altemar Lima é um grande poeta do Vale do Pindaré.
Poemas excelentes!
Amei os poemas! O mestre Altemar Lima é orgulho para a Região do vale do Pindaré. parabéns.👏🏻👏🏻