*[Contribuição de] Dino Cavalcante
Poema de JESUÍNA AUGUSTA SERRA, extraído do livro PARNASO MARANHENSE – Coleção de Poesias. São Luís: Tipografia Progresso, de Belarmino Matos, 1861.
SONETO
De estatura ordinária e corpo cheio,
A tez pouco morena e descorada,
Testa nada redonda, antes quadrada,
Nariz muito comum, porém não feio;
Os olhos a volver, mas com receio,
A boca regular, mas engraçada,
A voz, se bem que meiga, já cansada
De suplicar com vão o amor alheio;
Dos homens, em geral, pouco gostando
E capaz por um só de dar a vida,
Contente os grilhões seus, louca beijando:
Eis Josina, que a sorte fementida,
Neste mundo cruel, feio e nefando,
lançou, para querer, sem ser querida!
*Dino Cavalcante é professor, pesquisador do Curso de Letras/UFMA; Coordenador do Grupo GELMA.
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