Se o Maranhão é terra de poetas, é também terra de blocos carnavalescos tradicionais, que têm seu espaço marcado na passarela e nas ruas, e desfilam com sua batida peculiar, ritmada por tambores de contratempo batidos à palma de mão, e suas fantasias ou figurinos extraordinários, que são um espetáculo à parte. Tais manifestações existem no Maranhão desde os anos 1920 e contam hoje com cerca de 30 grupos.
Mas um desses blocos tem reunido em seus temas anuais as duas coisas, poesia e Carnaval. O bloco Os Guardiões, que em 2019 levou às ruas o tema “Nauro Machado, Guardião da Poesia”, e que após os últimos anos, inclusive os pandêmicos, também precisou se resguardar, volta a homenagear outro poeta, desta vez, um dos seus membros e padrinho do bloco: o poeta e engenheiro Irandi Marques Leite.
Irandi é filho da rua São Pantaleão, e do bairro da Madre Deus, que, para quem conhece, sabe do peso da tradição foliã, boêmia e momesca que esses lugares possuem. O poeta, com sua simplicidade, humanidade, alegria e mil histórias para contar, faz questão de ser um dos seus mais ativos e belos representantes.
Em 2024, portanto, o bloco tradicional Os Guardiões sairá com o tema “Irandi Marques Leite: Engenheiro da Poesia, Guardião da Folia”. E como o poeta-engenheiro-folião, por sua vez, é também membro da Academia Ludovicense de Letras, ele em geral tem articulado uma parceria simbólica entre os dois segmentos, e envolvido os acadêmicos na alegria da cultura carnavalesca.
Essa união constrói um novo sentido participativo para a Cultura. Xô tristeza!… Não podemos ficar fora da alegria.
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