Sacada Literária

Cultura, crítica e divulgação

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SYLVIA PLATH, by Sebastião Ribeiro

The Hanging Man

 

By the roots of my hair some god got hold of me.

I sizzled in his blue volts like a desert prophet.

Sylvia Plath – photo by Giovanni Giovannetti Grazia Neri Public Domain

The nights snapped out of sight like a lizard’s eyelid :

A world of bald white days in a shadeless socket.

A vulturous boredom pinned me in this tree.

If he were I, he would do what I did.

 

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O Pendurado

 

Pelas raízes do cabelo algum deus me segurou.

Fritei em seus raios azuis como um profeta no deserto.

As noites sumiram de vista como uma pálpebra de lagarto:

Um mundo de dias sem adornos na cavidade sem sombras.

Um tédio voraz me pregou nesta árvore.

Se ele fosse eu, teria feito o que eu fiz.

 

*poema de Sylvia Plath, do livro Ariel (1965). Versão de Sebastião Ribeiro.

 

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Sylvia Plath (1932 — 1963) foi uma poeta, romancista e contista norte-americana. Embora reconhecida principalmente por sua poesia, escreveu também um romance semi-autobiográfico, The Bell Jar (A Redoma de Vidro, 1963), com detalhes do histórico de sua luta contra a depressão. Assim como Anne Sexton, Plath é creditada por dar continuidade ao gênero de poesia pós-moderna americana denominada “confessional”, iniciado por Robert Lowell e W. D. Snodgrass.